O assunto do momento é o não registro
da Rede Sustentabilidade e a posterior filiação de Marina Silva ao
PSB, Partido Socialista Brasileiro. Certamente muitos brasileiros, a
maioria eu diria, passaram indiferentes ao acontecido. No entanto, no
meio político, a surpresa foi grande. O fato da Rede Sustentabilidade ter o
seu registro negado pelo TSE parecia ser a grande notícia deste
final de ano, no meio político. Pois todos sabem que a grande
votação da ex-senadora Marina Silva na última eleição,
proporcionou um segundo turno entra Dilma e Serra.
No cenário político atual, as coisas
são diferentes. A presidenta Dilma está em pleno exercício de seu
cargo e gozando de uma crescente aprovação do governo após a queda
desses indicativos nos meses junho e julho, em função das ondas de
manifestações. Aécio Neves, candidato pelo PSDB, está se
posicionando como o representante das fatias sociais patronais e
conservadoras enquanto o governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
do PSB, saído da base do governo, vem arregimentando fatias
pertencentes aos campos políticos de Dilma e de Aécio, como por exemplo os ex-DEM que recentemente aderiram ao seu partido.
Marina Silva e sua Rede
Sustentabilidade seriam realmente o grande diferencial para o pleito
de 2014. Poderiam fazer a diferença tanto no discurso como na práxis
política. Mas, infelizmente, o que se viu foram os ideais
suplantados pelo pragmatismo político. A filiação de Marina ao PSB
foi pragmática, e não programática. Ela, em sua coletiva,
escorregou nos conceitos e entregou o contexto! A composição na
chapa de Eduardo Campos, ou talvez a própria Marina venha encabeçar
a chapa, visto que seus índices de intenção de voto são
superiores ao de Eduardo, é típica do falimentar sistema político
brasileiro que é baseado em coalizões pragmáticas que visam a tal
governabilidade ou o mero sucesso eleitoral. A realidade se distancia
muito do ideal. Este pragmatismo, se distingue muito das coligações
programáticas, nas quais existem entre os grupos coligados
afinidades de programas ideológicos.
Muito embora, no mundo
contemporâneo, mundo cujo o tempo é o de mercado, atribuir a alguém
o adjetivo de “pragmático” é, sem dúvidas, um elogio, a coisa
muda para o mundo político. Quando se lida com visões de mundo,
quando se necessita ter a fidelidade a sua ideologia à frente de
todos os adjetivos e qualidades, que é o caso da política (ou
deveria ser!), o adjetivo pragmático é um xingamento! Mas de tão comum esta prática política que o tal xingamento nem chega a ofender.
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