terça-feira, 15 de outubro de 2013

Programático não, pragmático!

O assunto do momento é o não registro da Rede Sustentabilidade e a posterior filiação de Marina Silva ao PSB, Partido Socialista Brasileiro. Certamente muitos brasileiros, a maioria eu diria, passaram indiferentes ao acontecido. No entanto, no meio político, a surpresa foi grande. O fato da Rede Sustentabilidade ter o seu registro negado pelo TSE parecia ser a grande notícia deste final de ano, no meio político. Pois todos sabem que a grande votação da ex-senadora Marina Silva na última eleição, proporcionou um segundo turno entra Dilma e Serra.

No cenário político atual, as coisas são diferentes. A presidenta Dilma está em pleno exercício de seu cargo e gozando de uma crescente aprovação do governo após a queda desses indicativos nos meses junho e julho, em função das ondas de manifestações. Aécio Neves, candidato pelo PSDB, está se posicionando como o representante das fatias sociais patronais e conservadoras enquanto o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, saído da base do governo, vem arregimentando fatias pertencentes aos campos políticos de Dilma e de Aécio, como por exemplo os ex-DEM que recentemente aderiram ao seu partido. 

Marina Silva e sua Rede Sustentabilidade seriam realmente o grande diferencial para o pleito de 2014. Poderiam fazer a diferença tanto no discurso como na práxis política. Mas, infelizmente, o que se viu foram os ideais suplantados pelo pragmatismo político. A filiação de Marina ao PSB foi pragmática, e não programática. Ela, em sua coletiva, escorregou nos conceitos e entregou o contexto! A composição na chapa de Eduardo Campos, ou talvez a própria Marina venha encabeçar a chapa, visto que seus índices de intenção de voto são superiores ao de Eduardo, é típica do falimentar sistema político brasileiro que é baseado em coalizões pragmáticas que visam a tal governabilidade ou o mero sucesso eleitoral. A realidade se distancia muito do ideal. Este pragmatismo, se distingue muito das coligações programáticas, nas quais existem entre os grupos coligados afinidades de programas ideológicos. 

Muito embora, no mundo contemporâneo, mundo cujo o tempo é o de mercado, atribuir a alguém o adjetivo de “pragmático” é, sem dúvidas, um elogio, a coisa muda para o mundo político. Quando se lida com visões de mundo, quando se necessita ter a fidelidade a sua ideologia à frente de todos os adjetivos e qualidades, que é o caso da política (ou deveria ser!), o adjetivo pragmático é um xingamento! Mas de tão comum esta prática política que o tal xingamento nem chega a ofender.

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